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Cálice

Chico Buarque专辑

  • Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue
    Como beber dessa bebida amarga?
    Tragar a dor, engolir a labuta
    Mesmo calada a boca, resta o peito
    Silêncio na cidade não se escuta
    De que me vale ser filho da santa
    Melhor seria ser filho da outra
    Outra realidade menos morta
    Tanta mentira, tanta força bruta
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue
    Como é difícil acordar calado
    Se na calada da noite eu me dano
    Quero lançar um grito desumano
    Que é uma maneira de ser escutado
    Esse silêncio todo me atordoa
    Atordoado eu permaneço atento
    Na arquibancada pra a qualquer momento
    Ver emergir o monstro da lagoa
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue
    De muito gorda a porca já não anda
    De muito usada a faca já não corta
    Como é difícil, pai, abrir a porta
    Essa palavra presa na garganta
    Esse pileque homérico no mundo
    De que adianta ter boa vontade
    Mesmo calado o peito, resta a cuca
    Dos bêbados do centro da cidade
    Pai, afasta de mim esse cálice
    De vinho tinto de sangue
    Talvez o mundo não seja pequeno
    Nem seja a vida um fato consumado
    Quero inventar o meu próprio pecado
    Quero morrer do meu próprio veneno
    Quero perder de vez tua cabeça
    Minha cabeça perder teu juízo
    Quero cheirar fumaça de óleo diesel
    Me embriagar até que alguém me esqueça
  • [00:23.455]Pai, afasta de mim esse cálice
    [00:36.955]De vinho tinto de sangue
    [00:40.456]Pai, afasta de mim esse cálice
    [00:53.713]De vinho tinto de sangue
    [00:58.458]Como beber dessa bebida amarga?
    [01:02.464]Tragar a dor, engolir a labuta
    [01:06.201]Mesmo calada a boca, resta o peito
    [01:09.961]Silêncio na cidade não se escuta
    [01:13.952]De que me vale ser filho da santa
    [01:17.955]Melhor seria ser filho da outra
    [01:21.716]Outra realidade menos morta
    [01:25.711]Tanta mentira, tanta força bruta
    [01:28.206]Pai, afasta de mim esse cálice
    [01:41.459]De vinho tinto de sangue
    [01:44.954]Como é difícil acordar calado
    [01:48.951]Se na calada da noite eu me dano
    [01:52.703]Quero lançar um grito desumano
    [01:56.706]Que é uma maneira de ser escutado
    [02:00.456]Esse silêncio todo me atordoa
    [02:04.705]Atordoado eu permaneço atento
    [02:08.451]Na arquibancada pra a qualquer momento
    [02:12.214]Ver emergir o monstro da lagoa
    [02:14.709]Pai, afasta de mim esse cálice
    [02:27.950]De vinho tinto de sangue
    [02:48.214]De muito gorda a porca já não anda
    [02:51.950]De muito usada a faca já não corta
    [02:55.460]Como é difícil, pai, abrir a porta
    [02:59.454]Essa palavra presa na garganta
    [03:03.210]Esse pileque homérico no mundo
    [03:06.461]De que adianta ter boa vontade
    [03:10.196]Mesmo calado o peito, resta a cuca
    [03:13.958]Dos bêbados do centro da cidade
    [03:16.215]Pai, afasta de mim esse cálice
    [03:28.955]De vinho tinto de sangue
    [03:32.450]Talvez o mundo não seja pequeno
    [03:35.960]Nem seja a vida um fato consumado
    [03:39.699]Quero inventar o meu próprio pecado
    [03:43.450]Quero morrer do meu próprio veneno
    [03:46.954]Quero perder de vez tua cabeça
    [03:50.461]Minha cabeça perder teu juízo
    [03:54.199]Quero cheirar fumaça de óleo diesel
    [03:57.707]Me embriagar até que alguém me esqueça