Pedro da Silva Martins Beijei teu retrato, esborratou-se a tinta, num corpo abstracto que a saudade pinta... E a esquadrinhar teus traços já dei por mim louca: ‘Diz-me lá, Picasso, onde ele tem a boca?’ Esse teu retrato vou expô-lo em Paris, já usado e gasto ver se alguém me diz onde é que te encontro, se não te perdi... Por te ter chorado desfiz o meu rosto e num triste fado encontrei encosto. Dei-me a outros braços mas nada que preste... ‘Diz-me lá, Picasso, que amor é este?’ Este meu retrato vou expô-lo em Paris, e assim ao teu lado eu hei-de ser feliz. Se nunca te encontro nunca te perdi. Sei... não há só tangos em Paris, e nos fados que vivi só te encontro em estilhaços Pois bem, Tão certa, espero por ti. Se com um beijo te desfiz, com um beijo te refaço!
Pedro da Silva Martins Beijei teu retrato, esborratou-se a tinta, num corpo abstracto que a saudade pinta... E a esquadrinhar teus traços já dei por mim louca: ‘Diz-me lá, Picasso, onde ele tem a boca?’ Esse teu retrato vou expô-lo em Paris, já usado e gasto ver se alguém me diz onde é que te encontro, se não te perdi... Por te ter chorado desfiz o meu rosto e num triste fado encontrei encosto. Dei-me a outros braços mas nada que preste... ‘Diz-me lá, Picasso, que amor é este?’ Este meu retrato vou expô-lo em Paris, e assim ao teu lado eu hei-de ser feliz. Se nunca te encontro nunca te perdi. Sei... não há só tangos em Paris, e nos fados que vivi só te encontro em estilhaços Pois bem, Tão certa, espero por ti. Se com um beijo te desfiz, com um beijo te refaço!